domingo, 10 de maio de 2015

Açúcar: vilão dos animais

Saiba porquê seu bichinho não pode consumir doces ou qualquer outro tipo de comida humana

O chocolate contém uma substância nociva
aos bichinhos (Foto: Reprodução/Internet)

Por Júlia Noronha

Chegou a hora da refeição, e seu pet corre para perto a fim de conseguir comer algo, principalmente quando é chocolate. Então faz aquela carinha fofa ou alguma graça e consegue aquilo que mais queria. Mas você sabia que o açúcar faz mal aos animais?

Segundo informações do site Bolsa de Mulher, "Os chocolates possuem uma substância que pode ser nociva aos cães e gatos: a teobromina". Ela é encontrada no cacau de forma concentrada e é responsável pelo gosto amargo no chocolate preto. Conta também com a presença de cafeína. Ingerindo isso, o pet pode ter vômito, febre, taquicardia e convulsão. Em outros casos, pode levar a óbito. 

Lembrando que não é apenas chocolate que os pets não podem comer. Comida humana também faz mal à saúde dos bichinhos, pois contém excesso de sódio. A estudante de administração Michele Benites tem duas cachorrinhas, e costumava dar todo tipo de comida para a Belinha, que é mais velha. "Eu tinha mania de dar qualquer coisa que ela pedisse, carne moída, arroz... Mas depois passava muito mal do estômago", comenta a estudante. A solução foi levá-la ao veterinário, que explicou que a comida tem muito sódio e por isso o melhor (e correto) é não dar, mesmo se pedir. Michele completa que depois dessa experiência, com a cachorrinha mais nova, Pietra, foi mais fácil lidar, pois sem o costume de dar comida, ela não pede.

Letícia Sfeir, estudante de arquitetura e urbanismo dá bolacha sem recheio aos seus cachorrinhos de vez em quando. Ela conta que não consegue resistir vendo a carinha deles quando querem comer bolacha. "Eles me olham com uma carinha tão bonitinha que acabo cedendo e dou a bolacha". Letícia completa dizendo que eles nunca passaram mal com chocolate ou bolacha, mas sim com frutas. "Uma vez dei banana pra eles e então passaram muito mal, tiveram diarréia também", conta.

O maior problema do chocolate vem da incapacidade de metabolização da teobromina, pois ela se acumula no organismo do animal, podendo ser tóxica e também fatal. Caso seu pet consuma algum tipo de chocolate, é importante levá-lo ao veterinário.

Aqui vai uma lista de alimentos que os bichinhos não podem consumir:

• Leite e derivados
• Chocolate e doces
• Cebola e alho
• Uvas e passas
• Café e chá preto
• Frutas cítricas e outras 
• Doces dietéticos
• Abacate
• Tomate e batata
• Massas cruas de pão e bolo
• Ossos de aves cozidos
• Frituras e alimentos gordurosos
(Informações retiradas do site Catraca Livre)

Apesar da tentação de não resistir ao olhar do bichinho, hoje em dia é possível encontrar petiscos de chocolate para os cachorros, assim fica mais fácil para os dois lados. Lembrando que é sempre importante eles se alimentarem de forma correta, com aquilo que seja fabricado especialmente para a sua espécie.

sábado, 9 de maio de 2015

Você sabe sobre a leishmaniose visceral canina?

É uma doença séria que tem tratamento, mas não é recomendado pelo Ministério da Saúde



O mosquito palha tem como característica coloração
amarelada ou cor de palha (Foto: Senado)
Por Jennifer Lucchesi

Perda de peso, crescimento excessivo das unhas, lesões na pele, conjuntivite e queda de pelos são alguns sintomas da leishmaniose visceral canina, uma doença grave e desconhecida por muitas pessoas. Ela é transmitida pelo Lutzomyia longipalpis, popularmente conhecido como mosquito palha, e acomete órgãos internos do animal, como fígado e baço.

Segundo a médica veterinária Thais Eleonora Madeira Buti, da divisão de zoonoses de Sorocaba, a transmissão da doença para o humano acontece através da picada da fêmea do mosquito, que se contamina ao picar um animal infectado.

O diagnóstico da leishmaniose visceral canina se dá por meio de exames laboratoriais. Ainda de acordo com a veterinária, se a doença for comprovada, a orientação do Ministério da Saúde é que o animal não seja tratado com medicamento de uso humano. A recomendação é realizar a eutanásia.

Thais Buti explica que isso é por uma questão de evitar a resistência dos parasitos. “Vamos supor que usa um medicamento no cachorro, você sabe que as pessoas não usam no horário certo, ou às vezes elas não dão, ou o período não é tão adequado. E assim você vai criando um parasita que é resistente ao medicamento que você ia utilizar no humano; na hora que for usar no humano não vai funcionar mais”.
Ilustração de Eduardo Dias (Nucom/SVS) no informativo do
Ministério da Saúde, Leishmaniose Visceral

O biólogo da zoonoses de Sorocaba, João Ricardo Ennser, acrescenta que, além disso, ainda não existe a certeza de que o animal tenha a cura da doença, permanecendo com o parasita e transmitindo para outras pessoas. “Ele continua sendo fonte de infecção para o ser humano, apesar de clinicamente olhando ele estar bem, sem febre, sem inchaço do fígado, baço; só que estudos indicam que continua com o parasita em circulação na corrente sanguínea”.


Com uma visão diferente, outra médica veterinária relata sobre estudos mostrarem que alguns tratamentos têm dado bons resultados. Ela comenta que nunca pegou nenhum cão soro positivo, mas sabe de cães tratados que vivem bem e sem sintomas.

Ela conta também que o tratamento pode ser feito através de alguns medicamentos de uso veterinário, e existe o que é feito com o uso da Leishmune, uma vacina, inicialmente usada para prevenir a doença, mas neste caso usada para tratar. “Porém agora esta vacina está fora do mercado e não se sabe quando vai retornar”, informa a profissional que pediu para não ter o nome publicado.

A veterinária complementa que, se a pessoa tiver responsabilidade, ela é a favor de tratar o animal ao invés da eutanásia. “O maior problema é que a pessoa precisa ser muito responsável; o cão deve permanecer, mesmo sem sintomas, com a coleira que evita mosquitos e em um local com mosquiteiro. Deve ser feito um controle rigoroso para ele não disseminar a doença”, conclui.
Crescimento excessivo das unhas é um dos
principais sintomas da doença
 (Foto do site World Animal Protection)

Uma moradora de Bauru, que não quer ser identificada para não colocar em risco a vida dos seus cães com a questão do Centro de Controle de Zoonoses, diz que preferiu o tratamento porque o animal é uma vida. “É como um filho pra mim e porque eles são as maiores vítimas do descaso das autoridades em fazer um programa de erradicação da doença”.

Quando os exames deram resultados positivos, a proprietária do animal afirma que foi um momento desesperador, mas que não notificou nenhum órgão público. “Junto com o veterinário começamos tratar e ele reagiu rápido. Já faz oito anos e ele melhorou muito; está vivo e nem parece que tem a doença”, completa.

O cão toma remédio todos os dias, usa coleira que afasta o mosquito palha e faz exames periódicos. “A doença não tem cura e, como a AIDS, tem só paliativo pra prolongar a vida”, finaliza.


Pedido judicial

O informativo do Ministério da Saúde, sobre a leishmaniose visceral, diz que os proprietários de cães devem “permitir o acesso das autoridades sanitárias ao seu domicílio, para testagem dos cães e recolhimento dos que estiverem com a doença”, e “comunicar a Secretaria Municipal de Saúde caso o animal esteja infectado”.

Entretanto, o tratamento pode ser feito através de autorização judicial e, desde que o dono tenha interesse em fazê-lo, ele tem o direito de buscar os recursos necessários.

De acordo com um artigo publicado no portal Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA), Verdades e mentiras sobre a leishmaniose canina, a pessoa não é obrigada a entregar o animal aos fiscais da saúde pública, já que o cão é da responsabilidade do proprietário. “Nem mesmo um delegado de polícia pode ir a sua casa e exigir que você entregue seu animal. Para sua informação, um delegado ou um policial só podem entrar na sua casa com um mandado judicial ou com sua autorização”, complementa.


Casos da doença

A cidade de Sorocaba, de acordo com o Jornal Cruzeiro do Sul, teve o primeiro caso de leishmaniose canina em 2012. Hoje, possui alguns exames de sorologia reagentes, mas o exame que marca propriamente como transmissão canina não foi possível realizar, devido à técnica de difícil execução.

Como políticas públicas adotadas na cidade, a veterinária da zoonoses informou que eles tiveram uma conversa com médicos veterinários, orientando-os para a suspeita da doença e o processo que precisa ser feito através da zoonoses. “Uma capacitação da rede de clínicas da cidade para, tendo um cachorro suspeito, saberem o caminho a seguir”.

Além disso, a Superintendência do Controle de Endemias (Sucen) faz periodicamente uma pesquisa para saber onde na cidade tem o mosquito vetor. “E isso a gente vai acabar absorvendo, daqui para frente quem vai fazer é o município, essa pesquisa de vetor, para saber onde ele está”, informa.

Tendo uma distribuição geográfica dos vetores, consegue uma vigilância em relação aos possíveis casos existentes.


Prevenindo a leishmaniose visceral canina


Algumas medidas possíveis de prevenir a doença são:

- vacinação
- Uso de coleira que evita o mosquito transmissor
- Manter quintal e canis limpos e com telas
- Evitar folhas e frutos no quintal, já que esse mosquito se cria na matéria orgânica, em local sombreado e mais úmido.



Para saber mais, pode acessar o Portal da Saúde e conferir os dados da leishmaniose, como por exemplo a tabela de casos confirmados da doença no Brasil, nas grandes regiões.

Ou então o Boletim Epidemiológico Paulista (BEPA), com a classificação epidemiológica dos municípios.



sexta-feira, 8 de maio de 2015

Como e quando dizer adeus

Não é fácil dizer adeus, mas o tempo ajuda a aceitar um até logo 


Por Júlia Noronha


Ganhar um bichinho de estimação é muito bom, traz alegria para toda família. O tempo passa, e o pet não tem mais aquela disposição que tinha quando chegou. E aí vem a triste notícia que muitas pessoas temem. O que fazer quando o animal morre?

"Sinto muita falta dela" diz Isabella
(Foto: Arquivo Pessoal)
Para muitos essa é uma pergunta difícil de responder, pois não é fácil aceitar ou superar o falecimento do bichano. A estudante de odontologia Isabella Bocarde perdeu sua cachorrinha há três anos e meio, e até hoje tem dificuldade ao lembrar dela. "Minha relação com ela era de mãe e filha, apesar de não precisar de ajuda após a morte da Preta, eu ainda não superei, pois ela morreu da forma mais cruel, foi envenenada", comenta. Isabella ainda conta que para ajudar na superação,a família arrumou mais dois cachorrinhos. "Nós pegamos dois cachorros, mas ainda lembramos da Preta, pois era um membro da família", completa a estudante.

A cachorrinha Sasha, da estudante de psicologia Bianca Buzon, faleceu há um ano e meio, e foi mais fácil aceitar pois ela já era idosa. "Ela morreu sem estar doente e sem sofrer, isso nos conforta bastante", diz. Bianca completa dizendo que sente muita falta da Sasha. "Ganhei ela quando era pequena, a saudade é enorme e não vai passar nunca. Ainda entramos em casa e temos a sensação que ela vai
estar lá".

"De toda a família ela era mais apegada ao meu pai" comenta Bianca
(Foto: Reprodução/Facebook)
Essa relação que as pessoas criam com os animais vem da própria afetividade e reciprocidade que o bichinho estabelece com o ser humano, pelo fato de serem tão puros que não esperam nada em troca além de amor e carinho. A psicóloga Roberta Zanelli explica que devido ao mundo de hoje onde as pessoas se encontram mais desconfiadas e inseguras, os animais passaram a ser um meio no qual elas se apegam e criam um vínculo.

Existem casos de pessoas que chegam a adoecer após a perda, por serem tão apegados ao animalzinho. Se com o passar do tempo ainda mostrar indícios de prejuízos por não aceitar o falecimento, Roberta aconselha buscar ajuda de um psicólogo por exemplo. "A melhor forma é o tempo, esperar a compreensão e elaboração do luto, em aprender a lidar com essa perda de forma saudável, pois cada um tem seu tempo", completa a psicóloga.

Lembrando que é importante não enterrar o pet em qualquer lugar, segundo o site Bolsa de Mulher, é perigoso para a saúde. "Visto que um organismo que está em decomposição pode contaminar o solo, o lençol freático e transmitir doenças". Sendo assim, é importante procurar por uma clínica veterinária ou um cemitério para animais.

domingo, 3 de maio de 2015

Animais no mundo virtual

Os perfis dos animais nas redes sociais possuem compartilhamento de informações, fotos e vídeos



Nos dias de hoje é comum encontrarmos
 perfis dos animais nas redes sociais (Foto: Jennifer Lucchesi) 

Por Jennifer Lucchesi

Heloisa Kashivagui tem um ano e três meses. É uma bulldog francês inteligente, bagunceira e... Ela tem um perfil no Facebook! Isso mesmo. O mundo virtual também faz sucesso com os animais.

Segundo sua dona, a veterinária e gerente de vendas técnica, Patrícia Kashivagui, 39, há mais ou menos seis meses que ela criou uma rede social para a sua cachorrinha. “Considero a Heloisa minha filha, literalmente faço tudo por ela e, por isso, resolvi criar uma página, até mesmo para interagir com seus amiguinhos e família”, conta.

Veterinária Patrícia pensa em criar também um Instagram
para suacachorrinha Heloisa  (Foto: arquivo pessoal)
A visita ao veterinário, o que acontece no dia a dia, datas comemorativas e quando Heloisa ganha um presente, merecem ser postados no Facebook, apesar da bulldog não gostar muito de tirar fotos. “Ela ganha muitos presentes das tias, então eu coloco como se ela mesma estivesse agradecendo; e como toda ‘mãe coruja’, eu a acho super fotogênica, mas toda vez que pego o celular para tirar foto ela sai correndo!”, complementa.

Patrícia diz que é divertido o retorno que tem das pessoas, pois elas escrevem como se fosse a cachorra que estivesse fazendo as publicações: “comentam a tia vai fazer isso ou aquilo e é muito engraçado”. 

Por outro lado, também há redes sociais dedicadas para animais exóticos, como o caso do estudante de engenharia ambiental Marcus Farah, 20, que mora em São Paulo. Ele decidiu criar um instagram para animais exóticos por achá-los fascinantes com sua beleza, habilidades e diversidade.

Marcus Farah, 20, com uma caninana, serpente nativa da Mata
Atlântica (Foto: reprodução/instagram @spiritoselvagem)
“Meu objetivo, além de mostrar a beleza e a diversidade, é acabar com o medo que as pessoas têm de certos animais sem conhecê-los. A maioria das pessoas tem medo de cobra, mas muitas cobras não representam perigo algum para nós. É difícil convencer alguém disso só falando, então interagindo com esses bichos e mostrando, é um jeito mais fácil e eficiente de acabar com o preconceito”, conclui o estudante.


De acordo com a psicóloga Evelyn Barrelin, estas páginas virtuais podem servir para viabilizar a comunicação social sobre um determinado assunto, promover campanhas e fortalecer ideais. “Páginas como estas podem também ter a função de ampliar ou desenvolver novas relações sociais. Aparentemente, a comunicação por mídias sociais tem se sobreposto às relações face a face, o que torna mais provável a criação de páginas e a tomada de assuntos com grande probabilidade de adesão, por exemplo, de animais”, explica.

E há público para essas redes sociais. A estudante de logística, 22, Camila Salinas, diz que por amar animais acaba se atraindo por essas páginas. “Quando eu vejo coisas relacionadas a eles na internet sinto uma emoção enorme, uma vontade de adotar todos”, expressa.

Eduardo Fonseca, 26, analista de negócios e tecnologia da informação, é outra pessoa que gosta bastante e diz acompanhar mais ou menos há três anos esses tipos de páginas. “Tem sempre publicações no mínimo interessantes e muitas vezes engraçadas”. 

Redes sociais costumam ser utilizadas, também, para encontrar animais perdidos, fazer denúncias e divulgar campanhas de adoção, por exemplo.

Momento fofura: aumente o som para escutar a Heloisa roncando <3
(Vídeo: arquivo pessoal)