domingo, 12 de abril de 2015

Animais idosos: os cuidados que eles merecem

Cães e gatos apresentam mudanças físicas e comportamentais na velhice; e as doenças são mais frequentes nessa fase

Problemas articulares, ganho de peso e problemas na visão
e audição são alguns sinais da velhice (Foto: Jennifer Lucchesi)
Por Jennifer Lucchesi


Um dia a velhice também vai atingir os nossos animais e mudanças físicas e de comportamento ocorrerão, além do surgimento de alguns problemas de saúde. Assim, os cuidados precisam ser maiores nessa fase. Um cachorro, por exemplo, passa a ser idoso quando atinge cerca de sete anos de idade (isso também varia com a raça), enquanto o gato é em torno dos nove anos.

De acordo com a médica veterinária Carolina Gutierres Pellizzer, especialista em clínica médica e cirúrgica e em patologia clínica, os primeiros sinais da velhice são problemas na articulação, ganho de peso, os bichinhos ficam mais apáticos e há a perda da audição e visão gradativamente. “Precisa pensar que um animal idoso é a mesma coisa que um ser humano idoso, então uma pessoa bem velhinha não tem muita energia, não anda tão bem como uma pessoa normal e nem vai ouvir e enxergar como antes”, informa. 

"Do mesmo jeito que você não quer ser abandonado quando 
ficar velho, eles também não", diz a médica veterinária 
Carolina Gutierres Pellizer (Foto: Jennifer Lucchesi)
A incidência de tumor, catarata e desgastes articulares, por exemplo, a artrite e artrose, são problemas mais frequentes. “Os cachorros também têm muito o distúrbio cognitivo do cão (DCC), que é quando o cachorrinho passa a não conhecer mais o dono, faz xixi e cocô em lugar errado, fica parado em frente a uma parede etc; é tipo um Alzheimer canino”, alerta a veterinária, também especialista em urgência e emergência.

Da mesma forma, o comportamento do bichinho passa por alterações, onde eles vão ficar mais tempo deitados, pouco ativos e com menos paciência. Como as atividades físicas diminuem, e consequentemente a necessidade energética, deve ficar de olho na alimentação para que eles não engordem. É necessário oferecer rações próprias para a idade e exames periódicos no veterinário.

Alguns cuidados podem ajudar o bichinho a ter uma velhice mais tranquila, como evitar que ele suba escadas, fazer passeios mais moderados, respeitando o ritmo do animal, e proporcionar um lugar confortável para ele descansar. “Essa é a hora que eles mais precisam da gente para viver seus últimos dias. É uma vidinha que sente frio, fome e dor e a maneira como você trata o seu animalzinho, principalmente nessa fase, é o exemplo que você dá para seus filhos e netos; do mesmo jeito que você não quer ser abandonado quando ficar velho, eles também não”, comenta Carolina Pellizzer.

Atualmente, a expectativa de vida dos animais é maior do que antes, como observa a veterinária: “antes eles morriam com oito ou nove anos e hoje as pessoas estão oferecendo mais cuidados, então eles chegam mais nessa fase de idoso; e para a gente isso é meio novidade também, porque estamos descobrindo outras coisas que um cachorro pode ter, por exemplo”.

Mel, 14, perdeu a visão de um dos olhos por causa da catarata
(Foto: arquivo pessoal)
Silvana Nogueira, 36, operadora de estacionamento, tem duas cachorras idosas. A Nina, 12, só precisou retirar o útero até agora. Já a Mel, 14, fez uma cirurgia de hérnia, tem catarata que a deixou cega de um olho e toma remédio para o fígado. “Como a Mel está velhinha, ela tem gordura no fígado e toma protetor hepático. Ela sempre fica mais perto da gente e seleciona o que vai comer, enquanto a Nina parece um cão novo, é uma idosa pra frente”, afirma.

Nina, 12, uma "idosa pra frente", gosta de
brincar com os cachorros mais novos da casa
(Foto: arquivo pessoal)
Os cuidados também são levados em conta. Segundo Silvana, ela sempre se certifica se os cobertores estão na casinha, oferece ração de grãos bem pequenos por causa dos dentes já estarem fracos e dá banho só em chuveiro de água quente, para não correrem risco de pneumonia.

Por outro lado, a estudante Luiza Ramalho, 17, conta que seu gato Liu, 11, não tem nenhum problema de saúde e nem toma remédio. Sobre as mudanças comportamentais que percebeu na velhice dele, ela diz que o gato não brinca com mais nada e que hoje em dia ronca alto. “Às vezes ele fica com o corpinho mais mole quando a gente vai pegar, então precisa ter atenção. Também temos cuidado na hora do banho, no jeito que vamos ensaboá-lo e na temperatura da água”, complementa.

Luiza,17, tem alguns cuidados especiais para Liu ter uma
 velhice mais confortável (Foto: arquivo pessoal)
A estudante acredita que a melhor forma de oferecer uma boa velhice é manter sempre esses cuidados: “o Liu sempre come a mesma ração que está acostumado, toma banho regularmente, vacinas e vermífugo estão em dia e qualquer sinal de problema, nós o levamos ao veterinário. Mas ele tem uma alma de jovem, tanto que por enquanto não dá trabalho nenhum”, finaliza.





Nenhum comentário:

Postar um comentário