Cães e gatos apresentam
mudanças físicas e comportamentais na velhice; e as doenças são mais frequentes
nessa fase
Problemas articulares, ganho de peso e problemas na visão e audição são alguns sinais da velhice (Foto: Jennifer Lucchesi) |
Um
dia a velhice também vai atingir os nossos animais e mudanças físicas e de
comportamento ocorrerão, além do surgimento de alguns problemas de saúde. Assim,
os cuidados precisam ser maiores nessa fase. Um cachorro, por exemplo, passa a
ser idoso quando atinge cerca de sete anos de idade (isso também varia com a
raça), enquanto o gato é em torno dos nove anos.
De
acordo com a médica veterinária Carolina Gutierres Pellizzer,
especialista em clínica médica e cirúrgica e em patologia clínica, os primeiros
sinais da velhice são problemas na articulação, ganho de peso, os bichinhos
ficam mais apáticos e há a perda da audição e visão gradativamente. “Precisa
pensar que um animal idoso é a mesma coisa que um ser humano idoso, então uma
pessoa bem velhinha não tem muita energia, não anda tão bem como uma pessoa
normal e nem vai ouvir e enxergar como antes”, informa.
"Do mesmo jeito que você não quer ser abandonado quando ficar velho, eles também não", diz a médica veterinária Carolina Gutierres Pellizer (Foto: Jennifer Lucchesi) |
A incidência
de tumor, catarata e desgastes articulares, por exemplo, a artrite e artrose, são
problemas mais frequentes. “Os cachorros também têm muito o distúrbio cognitivo
do cão (DCC), que é quando o cachorrinho passa a não conhecer mais o dono, faz
xixi e cocô em lugar errado, fica parado em frente a uma parede etc; é tipo um
Alzheimer canino”, alerta a veterinária, também especialista em urgência e
emergência.
Da
mesma forma, o comportamento do bichinho passa por alterações, onde eles vão
ficar mais tempo deitados, pouco ativos e com menos paciência. Como as
atividades físicas diminuem, e consequentemente a necessidade energética, deve
ficar de olho na alimentação para que eles não engordem. É necessário oferecer rações
próprias para a idade e exames periódicos no veterinário.
Alguns
cuidados podem ajudar o bichinho a ter uma velhice mais tranquila, como evitar
que ele suba escadas, fazer passeios mais moderados, respeitando o ritmo do
animal, e proporcionar um lugar confortável para ele descansar. “Essa é a hora
que eles mais precisam da gente para viver seus últimos dias. É uma vidinha que
sente frio, fome e dor e a maneira como você trata o seu animalzinho,
principalmente nessa fase, é o exemplo que você dá para seus filhos e netos; do mesmo jeito que você não quer ser abandonado quando ficar velho, eles também
não”, comenta Carolina Pellizzer.
Atualmente,
a expectativa de vida dos animais é maior do que antes, como observa a
veterinária: “antes eles morriam com oito ou nove anos e hoje as pessoas estão
oferecendo mais cuidados, então eles chegam mais nessa fase de idoso; e para a
gente isso é meio novidade também, porque estamos descobrindo outras coisas que
um cachorro pode ter, por exemplo”.
Mel, 14, perdeu a visão de um dos olhos por causa da catarata
(Foto: arquivo pessoal) |
Nina, 12, uma "idosa pra frente", gosta de
brincar com os cachorros mais novos da casa
(Foto: arquivo pessoal)
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Por
outro lado, a estudante Luiza Ramalho, 17, conta que seu gato Liu, 11, não tem
nenhum problema de saúde e nem toma remédio. Sobre as mudanças comportamentais
que percebeu na velhice dele, ela diz que o gato não brinca com mais nada e que
hoje em dia ronca alto. “Às vezes ele fica com o corpinho mais mole quando a
gente vai pegar, então precisa ter atenção. Também temos cuidado na hora do
banho, no jeito que vamos ensaboá-lo e na temperatura da água”, complementa.
Luiza,17, tem alguns cuidados especiais para Liu ter uma velhice mais confortável (Foto: arquivo pessoal) |
A
estudante acredita que a melhor forma de oferecer uma boa velhice é manter sempre
esses cuidados: “o Liu sempre come a mesma ração que está acostumado, toma
banho regularmente, vacinas e vermífugo estão em dia e qualquer sinal de
problema, nós o levamos ao veterinário. Mas ele tem uma alma de jovem, tanto
que por enquanto não dá trabalho nenhum”, finaliza.
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